Um rapaz com 2,5 anos apresentou estridor bifásico aos três meses, que agravava com o choro, alimentação e infeções respiratórias altas. Realizou broncofibroscopia (BF) aos cinco meses que diagnosticou traqueomalácia com colapso dinâmico de 80% nos 2/3 inferiores da traqueia. Crescimento normal e sem dificuldade alimentar. Por estridor persistente, a BF aos 21 meses visualizou colapso dinâmico marcado e compressão extrínseca da traqueia. Realizou angiografia por tomografia computorizada (angio‐TC) do tórax, que identificou anel vascular formado por duplo arco aórtico (Figuras 1‐3) responsável por compressão extrínseca sobre a traqueia com franca redução segmentar do seu calibre (Figura 4). Sem outras malformações cardíacas no estudo ecocardiográfico. Aos 23 meses foi submetido a laqueação e divisão do arco mais hipoplásico (anterior esquerdo) por toracotomia. Boa evolução pós‐operatória, mantendo atualmente estridor ligeiro.
Os anéis vasculares representam 1% das cardiopatias congénitas e são a malformação congénita mais frequente com compressão da via aérea. Neste caso a manifestação clínica predominante orientou a sequência de exames de imagem – BF e TC. A combinação de imagens é fundamental na avaliação pré‐operatória. A angio‐TC apresenta vantagens como melhor resolução espacial e temporal, rapidez de aquisição de imagens exigindo apenas sedação/anestesia curta nos doentes não colaborantes, pós‐processamento de imagens com reconstruções tridimensionais e a redução da quantidade de radiação com os equipamentos recentes permite eleger este meio como o preferencial. A avaliação da traqueomalácia ou outro compromisso funcional da via aérea continua a exigir a realização de videobroncoscopia.
Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animaisOs autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais
Confidencialidade dos dadosOs autores declaram ter seguido os protocolos do seu centro de trabalho acerca da publicação dos dados de pacientes.
Direito à privacidade e consentimento escritoOs autores declaram ter recebido consentimento escrito dos pacientes e/ou sujeitos mencionados no artigo. O autor para correspondência deve estar na posse deste documento.