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Vol. 34. Núm. 10.
Páginas 629-630 (outubro 2015)
Vol. 34. Núm. 10.
Páginas 629-630 (outubro 2015)
Imagem em Cardiologia
Open Access
Duplo arco aórtico na origem de estridor persistente: sequência de imagens para orientação cirúrgica
Double aortic arch as cause of persistent stridor: Sequential imaging for preoperative assessment
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Bruno Sanchesa,
Autor para correspondência
brsan82@gmail.com

Autor para correspondência.
, Duarte Rebelob, Sara Britoc, Rui Anjosd, Luísa Loboe, Teresa Bandeiraf, Ana Saiandaf
a Serviço de Pediatria, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
b Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal
c Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar de Leiria, Leiria, Portugal
d Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Carnaxide, Portugal
e Serviço de Radiologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal
f Unidade de Pneumologia Pediátrica, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal
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Um rapaz com 2,5 anos apresentou estridor bifásico aos três meses, que agravava com o choro, alimentação e infeções respiratórias altas. Realizou broncofibroscopia (BF) aos cinco meses que diagnosticou traqueomalácia com colapso dinâmico de 80% nos 2/3 inferiores da traqueia. Crescimento normal e sem dificuldade alimentar. Por estridor persistente, a BF aos 21 meses visualizou colapso dinâmico marcado e compressão extrínseca da traqueia. Realizou angiografia por tomografia computorizada (angio‐TC) do tórax, que identificou anel vascular formado por duplo arco aórtico (Figuras 1‐3) responsável por compressão extrínseca sobre a traqueia com franca redução segmentar do seu calibre (Figura 4). Sem outras malformações cardíacas no estudo ecocardiográfico. Aos 23 meses foi submetido a laqueação e divisão do arco mais hipoplásico (anterior esquerdo) por toracotomia. Boa evolução pós‐operatória, mantendo atualmente estridor ligeiro.

Figura 1.

Angio‐TC torácica, imagem axial. Dois arcos aórticos (setas) que compõem o duplo arco aórtico circundam a via aérea e condicionam redução do calibre da traqueia. Note‐se dominância do arco aórtico direito.

(0.04MB).
Figura 2.

Angio‐TC torácica, reconstrução maximum intensity projection (MIP) coronal. Dois arcos aórticos (setas) com origem na aorta ascendente. O tronco arterial braquiocefálico tem origem no arco aórtico direito enquanto a carótida primitiva esquerda tem origem no arco aórtico esquerdo.

(0.05MB).
Figura 3.

Angio‐TC torácica, reconstrução angiografia 3D, vista posterior. Duplo arco aórtico (setas) que se juntam na aorta descendente proximal. Salienta‐se o maior calibre do arco aórtico direito.

(0.04MB).
Figura 4.

Angio‐TC torácica, reconstrução 3D para visualização da via aérea. As setas apontam para a constrição traqueal provocada pelo anel vascular.

(0.05MB).

Os anéis vasculares representam 1% das cardiopatias congénitas e são a malformação congénita mais frequente com compressão da via aérea. Neste caso a manifestação clínica predominante orientou a sequência de exames de imagem – BF e TC. A combinação de imagens é fundamental na avaliação pré‐operatória. A angio‐TC apresenta vantagens como melhor resolução espacial e temporal, rapidez de aquisição de imagens exigindo apenas sedação/anestesia curta nos doentes não colaborantes, pós‐processamento de imagens com reconstruções tridimensionais e a redução da quantidade de radiação com os equipamentos recentes permite eleger este meio como o preferencial. A avaliação da traqueomalácia ou outro compromisso funcional da via aérea continua a exigir a realização de videobroncoscopia.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram ter seguido os protocolos do seu centro de trabalho acerca da publicação dos dados de pacientes.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram ter recebido consentimento escrito dos pacientes e/ou sujeitos mencionados no artigo. O autor para correspondência deve estar na posse deste documento.

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