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Vol. 30. Núm. 12.
Páginas 937-938 (Dezembro 2011)
Vol. 30. Núm. 12.
Páginas 937-938 (Dezembro 2011)
Imagem em cardiologia
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Sequências short-long-short como indutores de taquicardia ventricular
Short-long-short sequences as trigger for ventricular tachycardia
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Bruno Cordeiro Piçarraa,
Autor para correspondência
bcpicarra@hotmail.com

Autor para correspondência.
, Mário Oliveirab, Duarte Cacelab, Luísa Brancob, Pedro Silva Cunhab, Manuel Nogueira da Silvab, Rui Cruz Ferreirab
a Serviço de Cardiologia, Hospital do Espírito Santo, Évora, Portugal
b Serviço de Cardiologia, Hospital de Santa Marta, Lisboa, Portugal
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A presença de extrassístoles ventriculares prematuras ou do fenómeno R-on-T têm sido associados à indução de taquicardia ventricular (TV) espontânea, todavia os mecanismos de início das TV nem sempre são documentados.

Apresentamos imagens de uma tira de ritmo (DII like) de um doente do sexo masculino, de 58 anos com antecedentes de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, dislipidémia e prótese valvular biológica em posição aórtica desde 2005. Habitualmente medicado com varfarina, ramipril, carvedilol (6,25mg bid), espironolactona (50mg/d) e metformina.

Por início recente de flutter auricular com condução aurículo-ventricular 2:1 foi submetido, electivamente, a cardioversão eléctrica (CVE) com choque síncrono, bifásico, tendo iniciado terapêutica com amiodarona. Cerca de 24 horas após CVE, verificou-se quadro síncopal, acompanhado de sudorese profusa, motivo pelo qual foi accionada a unidade móvel de emergência.

A tira de ritmo realizada à chegada revelou períodos de TV não mantida com mecanismo de início short-long-short (Figura 1). No meio pré-hospitalar fez terapêutica com gluconato de cálcio e insulina. Foi posteriormente admitido na Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos, não se tendo registado durante o internamento mais sequências short-long-short.

Figura 1.

Tira de ritmo (DII like), de cerca de 30 segundos, evidenciando a sequência short (a) – long (b) – short (a) como factor indutor de TV não mantida. Os rectângulos vermelhos são utilizados para mostrar que a tira de ritmo de baixo corresponde à continuação da tira de ritmo de cima.

(0,37MB).

Durante o internamento, realizou:

  • -

    Ecocardiograma modo M, 2D e Doppler que evidenciaram ventrículo esquerdo dilatado (dimensão telediastólica: 63mm; dimensão telesistólica: 54mm), com ligeira hipertrofia concêntrica das paredes (septo interventricular: 13mm; parede posterior: 13mm) e disfunção sistólica global grave (fracção de ejecção: 30%); ventrículo direito com função sistólica comprometida; prótese biológica em posição aórtica normofuncionante e insuficiência tricúspide moderada com pressão sistólica estimada na artéria pulmonar de 66mmHg.

  • -

    ECG Holter: ritmo de base sinusal com padrão de bloqueio de ramo esquerdo com frequência cardíaca (FC) máxima de 83 batimentos por minuto (bpm), FC média de 64 bpm e FC mínima de 38 bpm; 86 pausas RR>2,0 segundos; 4.231 extrassístoles ventriculares polimórficas, 4.167 isoladas, 3.941 das quais em bigeminismo, 23 pares e 5 salvas a mais rápida de 4 complexos com FC de 154 bpm.

O doente foi posteriormente submetido a implantação de um ressincronizador cardíaco com desfibrilhador no contexto de bradiarritmia e disfunção sistólica global grave.

Os autores ilustram o caso de um doente com TV auto-limitada tendo como mecanismo de indução a presença de ectopias ventriculares de ciclos de short-long-short.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

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