Informação da revista
Vol. 36. Núm. 4.
Páginas 321-322 (abril 2017)
Vol. 36. Núm. 4.
Páginas 321-322 (abril 2017)
Imagem em Cardiologia
Open Access
Mãos quentes… pés frios…
Warm hands but cold feet
Visitas
24137
Carina Arantes
Autor para correspondência
arantescarina@gmail.com

Autor para correspondência.
, Jorge Marques, Sílvia Ribeiro, Catarina Quina‐Rodrigues, Glória Abreu, Sérgia Rocha
Serviço de Cardiologia, Hospital de Braga, Braga, Portugal
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Texto Completo
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (4)
Mostrar maisMostrar menos
Texto Completo

Mulher de 77 anos, com antecedentes de hipertensão arterial, angioplastia da descendente anterior, acidente vascular cerebral isquémico, estenose mitral reumática e fibrilhação auricular. Foi submetida a cirurgia ginecológica, sendo efetuado o switch de varfarina para enoxaparina; aquando da alta hospitalar, apresentava INR infraterapêutico, tendo já reiniciado varfarina em sobreposição com enoxaparina em dose profilática.

Duas semanas após o procedimento, foi admitida na urgência por desconforto torácico, apresentando‐se hipotensa e com sinais de hipoperfusão periférica. No eletrocardiograma, apresentava fibrilhação auricular com bloqueio auriculoventricular completo e supradesnivelamento ST nas derivações inferiores.

Foi orientada para angioplastia primária, não sendo passível a sua execução por via radial pela tortuosidade da artéria subclávia (Figura 1A). O acesso femoral foi dificultado pela ausência de pulso, sendo a punção guiada por contraste (Figura 1B e 1C); constatou‐se oclusão da ilíaca externa, ultrapassada utilizando uma guia hidrofílica. Observou‐se oclusão do segmento médio da coronária direita por trombo (Figura 2A), sendo realizada trombectomia (Figura 2B).

Figura 1.

Cateterismo esquerdo: (A) cateterização por via radial impossibilitada pela tortuosidade da artéria subclávia, que impedia a progressão do fio‐guia; (B) punção da artéria femoral esquerda guiada por contraste; (C) durante a cateterização por via femoral, era aparente uma estrutura (seta) filiforme e móvel, sugestiva de trombo.

(0.08MB).
Figura 2.

Coronariografia direita: (A) oclusão do segmento médio da artéria coronária direita; (B) reperfusão após aspiração de trombo.

(0.07MB).

Após reperfusão, a doente mantinha sinais de hipoperfusão restritos aos membros inferiores. Este achado, aliado ao difícil acesso femoral, motivou a realização de aortografia, que evidenciou oclusão trombótica da aorta abdominal infrarrenal com extensão às ilíacas (Figura 3). No ecocardiograma visualizava‐se uma massa na aurícula esquerda, compatível com trombo (Figura 4). Foi efetuada tromboembolectomia do eixo ilíaco esquerdo e pontagem femoro‐femoral; contudo, a doente evoluiu com quadro de disfunção multiorgânica com desfecho fatal.

Figura 3.

Aortografia: oclusão da aorta abdominal por trombo gigante (seta).

(0.06MB).
Figura 4.

Ecocardiograma transtorácico, apical quatro câmaras: visualização de imagem (seta) ecodensa e extremamente móvel, compatível com trombo, ao nível da aurícula esquerda.

(0.05MB).

Este caso reporta uma «catástrofe» cardioembólica com embolização coronária e sistémica, salientando a importância da orientação adequada da hipocoagulação no perioperatório.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram ter seguido os protocolos do seu centro de trabalho acerca da publicação dos dados de pacientes.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram ter recebido consentimento escrito dos pacientes e/ou sujeitos mencionados no artigo. O autor para correspondência deve estar na posse deste documento.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Copyright © 2016. Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Baixar PDF
Idiomas
Revista Portuguesa de Cardiologia
Opções de artigo
Ferramentas
en pt

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?

Você é um profissional de saúde habilitado a prescrever ou dispensar medicamentos

Ao assinalar que é «Profissional de Saúde», declara conhecer e aceitar que a responsável pelo tratamento dos dados pessoais dos utilizadores da página de internet da Revista Portuguesa de Cardiologia (RPC), é esta entidade, com sede no Campo Grande, n.º 28, 13.º, 1700-093 Lisboa, com os telefones 217 970 685 e 217 817 630, fax 217 931 095 e com o endereço de correio eletrónico revista@spc.pt. Declaro para todos os fins, que assumo inteira responsabilidade pela veracidade e exatidão da afirmação aqui fornecida.