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Vol. 33. Núm. 6.
Páginas 395-396 (junho 2014)
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Imagem em Cardiologia
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Fibroelastoma condicionando obstrução coronária intermitente e enfarte do miocárdio. Quando o ecocardiograma poderia ter feito a diferença?…
Fibroelastoma causing intermittent coronary obstruction and myocardial infarction: When the echocardiogram makes the difference
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Catarina Ferreiraa,b,
Autor para correspondência
catferreirinha@net.sapo.pt

Autor para correspondência.
, Ana Baptistaa, Sílvia Leãoa, Pedro Mateusa, Sofia Carvalhoa, Ilídio Moreiraa
a Serviço de Cardiologia, Hospital de S. Pedro, CHTMAD, Vila Real, Portugal
b Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal
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Este caso remete‐se a uma doente de 65 anos trazida ao hospital pela emergência médica por quadro de dor torácica constritiva com uma hora de evolução. O eletrocardiograma pré‐hospitalar mostrava elevação do segmento ST nas derivações inferiores (Figura 1A). Na admissão a doente já se encontrava assintomática e o eletrocardiograma mostrava resolução das alterações descritas. Foram observados na telemetria períodos intermitentes de elevação de ST assintomáticos, enquanto a doente era preparada para cateterismo urgente. Neste visualizou‐se um stop de contraste no ostium da artéria coronária direita que condicionava elevados gradientes intracoronários durante a angiografia seletiva da mesma (Figura 1B). Inicialmente colocou‐se a hipótese de se tratar de uma possível disseção, sendo implantados dois stents. Ainda no dia da admissão foi realizado um ecocardiograma que alterou completamente a perspetiva do caso, tendo sido posteriormente realizado ecocardiograma transesofágico para sua melhor caracterização: foi observada acinesia da parede inferior e uma estrutura móvel (1,4 por 0,9cm), pediculada, entre o seio coronário direito e o não coronariano, sem comprometer o normal funcionamento valvular, mas com obstrução intermitente parcial do stent (Figuras 1C, D e E). Na ressonância magnética esta estrutura apresentava realce com gadolínio. A doente foi submetida a exérese da massa ao fim de poucos dias, sendo o resultado histológico compatível com fibroelastoma papilar cardíaco, uma das hipóteses de diagnóstico postuladas durante a investigação.

Figura 1.

Imagens de exames complementares realizados no decurso da investigação deste caso. A: eletrocardiograma inicial mostrando elevação do segmento ST nas derivações inferiores; B: imagem da angiografia da coronária direita (CD) mostrando um stop de contraste a nível ostial (assinalado com seta); C e D: imagens de ecocardiografia transesofágica do tumor (assinalado com setas descontínuas) mostrando a sua localização e relação com o stent (setas contínuas) implantado na CD; E: imagem ecocardiográfica tridimensional (3D) do tumor obtida por ecocardiografia transesofágica (seta descontínua).

(0.3MB).

O ecocardiograma à cabeceira do doente é uma ferramenta acessível, podendo alterar por completo a abordagem diagnóstica e terapêutica nalguns casos como poderia ter sido o deste em questão.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

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