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Vol. 34. Núm. 5.
Páginas 371 (maio 2015)
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Carta ao Editor
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Resposta à Carta ao Editor «Inflammation, systemic lupus erythematosus and the Kounis mast cell acitvation‐associated syndrome»
Reply to the Letter to the Editor “Inflammation, systemic lupus erythematosus and the Kounis mast cell activation‐associated syndrome”
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Alexandre de Matos Soeiro
Unidade Clínica de Emergência do Instituto do Coração (InCor), Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
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Ao Editor da Revista Portuguesa de Cardiologia,

Achei interessante a Carta ao Editor intitulada «Inflammation, Systemic Lupus Erythematosus and the Kounis mast cell activation‐associated syndrome». Nesta carta, o autor associa um possível mecanismo fisiopatológico relacionado à vasoespasmo coronariano por ativação de mastócitos como o principal motivo para a ocorrência de síndrome coronária aguda em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico.

De maneira alguma eu desconsideraria essa uma possível causa envolvida, assim como a literatura descreve a presença de trombofilias também como um mecanismo associado a ser sempre considerado. No entanto, considero que o autor, ao tentar desmistificar o tema, corre o risco de simplificar uma doença que é complexa, de prevalência considerável e importante fator de risco para afecções cardiovasculares.

O autor parece estar na contramão de todo o esforço que vem sendo feito pelos profissionais de saúde no sentido de esclarecer a causa principal de infarto agudo do miocárdio em doentes jovens com lúpus. Todos os estudos publicados recentemente descrevem que a anatomia coronária desse grupo de pacientes segue uma mesma linha, apresentando aterosclerose precoce difusa1–6. Nesse contexto, a doença inflamatória sistêmica crônica provavelmente seja a causa principal desse processo e talvez a presença de mastócitos esteja envolvida. Porém, novamente reforço que não devemos associar isso com vasoespasmo e declarar uma teoria fisiopatológica como a verdade absoluta, sendo que os achados em cinecoronariografia são opostos em todos os trabalhos realizados1–6.

Concluindo, ainda acho que sejam necessários novos estudos complementares nessa mesma linha, mas até que se prove o contrário, a presença de aterosclerose precoce é o processo mais bem estabelecido nessa doença e, portanto, acredito que o controle rigoroso de fatores de risco clássicos como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, tabagismo e diabetes mellitus seja essencial, associado ao controle adequado da doença inflamatória sistêmica.

Referências
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