Informação da revista
Vol. 30. Núm. 10.
Páginas 789-793 (outubro 2011)
Partilhar
Partilhar
Baixar PDF
English PDF
Mais opções do artigo
Vol. 30. Núm. 10.
Páginas 789-793 (outubro 2011)
Caso clínico
Open Access
Mutação de novo causadora de doença de Fabry em paciente do sexo feminino
Description of a new mutation in a female patient with Fabry disease
Visitas
12549
Emanuel Correiaa,
Autor para correspondência
emanuelbaptista@gmail.com

Autor para correspondência.
, Joana Vidinhab, Bruno Rodriguesa, Luís Santosa, Davide Moreiraa, Jesus Garridob, M. Clara Sá Mirandac, Costa Cabrala, Oliveira Santosa
a Serviço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela Viseu, Portugal
b Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar Tondela Viseu, Portugal
c UNILIPE, Instituto Biologia Molecular e Celular, Porto, Portugal
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Resumo

A doença de Fabry é causada por acumulação intracelular de glicoesfingolipidos em vários tecidos, secundária a mutações no gene GLA (Xq22).

Classicamente descrita como afectando homens hemizigotos sem actividade residual de alfa-galactosidase-A, sabe-se hoje afectar ambos os sexos com manifestações mais tardias e frustres no feminino. Associa-se a sintomas neurológicos, cutâneos (angioqueratomas), renais, cardiovasculares (hipertrofia ventricular esquerda, alterações do ritmo e espessamento valvular), cocleo-vestibulares e cerebrovasculares.

Na ausência de tratamento ocorre dano progressivo de órgãos vitais: doença renal terminal e complicações cardiovasculares e cerebrovasculares potencialmente fatais, implicando redução da qualidade e esperança de vida.

Descreve-se o caso de doente do sexo feminino, com antecedentes de acidente vascular cerebral (AVC) isquémico criptogênico com 38 anos e insuficiência renal crónica (IRC) com proteinúria, que se apresenta no serviço de urgência com fibrilhação auricular. O estudo ecocardiográfico revelou hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo com disfunção diastólica e diminuição do strain longitudinal basal. Englobada num protocolo, de rastreio, foi-lhe diagnosticada doença de Fabry e identificada uma mutação não descrita previamente.

Palavras-chave:
Doença de Fabry
Miocardiopatias
Hipertrofia ventricular esquerda
2D Strain
Genética
Abstract

Fabry disease is caused by intracellular accumulation of glycosphingolipids in various tissues, secondary to mutations in the GLA gene (Xq22).

Classically described as affecting hemizygous males with no residual alpha-galactosidase A activity, it is now known to affect both sexes, with later and less severe manifestations in females. The manifestations of this disease are systemic: neurological, cutaneous (angiokeratomas), renal, cardiovascular (left ventricular hypertrophy, valve thickening or rhythm disturbances), cochlear-vestibular, and cerebrovascular. In the absence of treatment there is progressive damage to vital organs with renal failure, stroke, heart failure or rhythm perturbations, leading to severe impairment of quality of life as well as reduced life expectancy.

We describe the case of a female patient with a history of cryptogenic ischemic stroke at the age of 38 years and chronic renal failure with proteinuria, who presented to the emergency room with atrial fibrillation. The echocardiogram revealed concentric left ventricular hypertrophy, diastolic dysfunction and decreased longitudinal strain in the basal septum.

In the context of a screening protocol, she was diagnosed with Fabry disease and a previously undescribed mutation was identified.

Keywords:
Fabry disease
Cardiomyopathies
Left ventricular hypertrophy
Speckle tracking
Genetics
O texto completo está disponível em PDF
Bibliografia
[1.]
C.C. Sweeley, B. Klionsky.
Fabry's disease: classification as a sphingolipidosis and partial characterization of a novel glycolipid.
J Biol Chem, 238 (1963), pp. 3148
[2.]
S.C. Garman, D.N. Garboczi.
The molecular defect leading to Fabry disease: structure of human alpha-galactosidase.
J Mol Biol, 337 (2004), pp. 319
[3.]
M. Spada, S. Pagliardini, M. Yasuda, et al.
High incidence of later-onset Fabry disease revealed by newborn screening.
Am J Hum Genet, 79 (2006), pp. 31
[4.]
F. Breunig, C. Wanner.
Update on Fabry disease: kidney involvement, renal progression and enzyme replacement therapy.
J Nephrol, 21 (2008), pp. 32-37
[5.]
A. Rolfs, T. Bottcher, M. Zschiesche, et al.
Prevalence of Fabry disease in patients with cryptogenic stroke: a prospective study.
Lancet, 366 (2005), pp. 1794-1796
[6.]
C. O’Mahony, P. Elliott.
Anderson-Fabry disease and the heart.
Prog Cardiovasc Dis, 52 (2010), pp. 326-335
[7.]
A. Mehta, R. Ricci, U. Widmer, et al.
Fabry disease defined: baseline clinical manifestations of 366 patients in the Fabry Outcome Survey.
Eur J Clin Invest, 34 (2004), pp. 236-242
[8.]
A. Linhart, C. Kampmann, J.L. Zamorano, et al.
Cardiac manifestations of Anderson-Fabry disease: results from the international Fabry outcome survey.
Eur Heart J, 28 (2007), pp. 228-235
[9.]
A. Linhart, P.M. Elliott.
The heart in Anderson-Fabry disease and other lysosomal storage disorders.
Heart, 93 (2007), pp. 528-535
[10.]
M. Pieroni, C. Chimenti, F. De Cobelli, et al.
Fabry's diseasecardiomyopathy: echocardiographic detection of endomyocardial glycosphingolipid compartmentalization.
J Am Coll Cardiol, 47 (2006), pp. 1663-1671
[11.]
F. Weidemann, F. Breunig, M. Beer, et al.
Improvement of cardiac function during enzyme replacement therapy in patients with Fabry disease: a prospective strain rate imaging study.
Circulation, 108 (2003), pp. 1299-1301
Copyright © 2011. Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Baixar PDF
Idiomas
Revista Portuguesa de Cardiologia
Opções de artigo
Ferramentas
en pt

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?

Você é um profissional de saúde habilitado a prescrever ou dispensar medicamentos

Ao assinalar que é «Profissional de Saúde», declara conhecer e aceitar que a responsável pelo tratamento dos dados pessoais dos utilizadores da página de internet da Revista Portuguesa de Cardiologia (RPC), é esta entidade, com sede no Campo Grande, n.º 28, 13.º, 1700-093 Lisboa, com os telefones 217 970 685 e 217 817 630, fax 217 931 095 e com o endereço de correio eletrónico revista@spc.pt. Declaro para todos os fins, que assumo inteira responsabilidade pela veracidade e exatidão da afirmação aqui fornecida.