Introduction and Objectives: The use of loop diuretics is central in managing congestion in heart failure (HF), but their impact on prognosis remains unclear. In euvolemic patients, dose reduction is recommended, but there is no recommendation on their discontinuation. This study aims to assess the impact of loop diuretic discontinuation on the prognosis of outpatients with HF with reduced ejection fraction.
Methods: This retrospective cohort study collected data from medical records of patients followed in an outpatient HF clinic at a university hospital center. Patients were included if they had been on loop diuretics and these were discontinued. Demographic, clinical and laboratory data were collected, and number and type of congestive events during the one-year period after discontinuation were recorded.
Results: Among 265 patients on loop diuretics, almost half (129) discontinued them at some point. Patients had optimized medical therapy, low median age, low New York Heart Association class, low B-type natriuretic peptide values, normal blood pressure, controlled heart rate and kidney function within normal limits. Among 122 patients with one year of follow-up, 18 (14.8%) had a congestive event. Fifteen events (83.3%) were low-dose diuretic reinitiation at a scheduled visit. There were only three worsening heart failure events (2.5%) during the one-year period. A significant improvement in kidney function from discontinuation to the one-year follow-up appointment was also observed.
Conclusions: In our cohort, loop diuretic discontinuation was possible and safe in a large proportion of patients. The results should be interpreted with caution and cannot be extrapolated to a broader population of HF patients.
Introdução e objetivos: O uso de diuréticos de ansa é fundamental na gestão da congestão na insuficiência cardíaca (IC), mas o seu impacto no prognóstico permanece incerto. Em doentes euvolémicos, a redução da dose é recomendada, mas não existe até ao momento qualquer recomendação quanto à sua suspensão. Este estudo tem por objetivo avaliar o impacto da suspensão de diuréticos de ansa no prognóstico de doentes de ambulatório de IC com fração de ejeção reduzida.
Métodos: Este estudo de coorte retrospetivo recolheu dados de processos clínicos eletrónicos de doentes acompanhados numa consulta externa de IC de ambulatório de um Centro Hospitalar Universitário. Os doentes foram incluídos caso estivessem medicados com diuréticos de ansa e estes tivessem sido suspensos em algum momento. Foram recolhidos dados demográficos, clínicos e laboratoriais, e registado o número e tipo de eventos congestivos durante um ano após a suspensão.
Resultados: Entre 265 doentes medicados com diuréticos de ansa, quase metade (129) suspendeu o seu uso em algum momento. Os pacientes tinham terapêutica médica otimizada, idade mediana baixa, classe da New York Heart Association e valores de péptidos natriuréticos tipo B baixos, pressão arterial normal, frequência cardíaca controlada e função renal dentro dos limites normais. Dos 122 doentes com um ano de seguimento, 18 (14,8%) tiveram um evento. Quinze eventos (83,3%) foram reintroduções de diurético em baixa dose numa consulta programada. Existiram apenas três eventos de agravamento de insuficiência cardíaca (2,5%) durante um ano. Também foi observada uma melhora significativa na função renal desde a suspensão até a consulta de seguimento de um ano.
Conclusões: Na nossa coorte, a suspensão de diuréticos de ansa foi possível e segura numa grande proporção de doentes. Os resultados devem ser interpretados com cautela e não podem ser extrapolados para uma população mais alargada de doentes com IC.