A persistência da veia cava superior esquerda é incomum, estando presente em 0,3‐2% da população em geral, com variação anatómica significativa. Reportamos um caso de um homem de 64 anos do sexo masculino com cardiomiopatia dilatada idiopática, internado eletivamente para implantação de um cardioversor‐desfibrilhador. Obteve‐se acesso venoso pela veia cefálica esquerda, tendo‐se verificado que o eletrocateter progredia à esquerda da coluna vertebral. Injetou‐se contraste, tendo‐se constatado a existência de uma veia cava superior esquerda persistente, que drenava para a aurícula direita, em estreita proximidade com o ostium do seio coronário. Quando confrontados com esta anomalia congénita, muitos operadores optam por usar desde o início do procedimento técnicas especiais para a implantação, especialmente para dispositivos biventriculares. Alguns utilizam uma abordagem direita para facilitar a manipulação dos cateteres, enquanto outros usam abordagens híbridas (direita e esquerda no mesmo procedimento), e alguns implantam o eletrocateter ventricular direito no ventrículo esquerdo. No entanto, estas técnicas podem tornar‐se bastante complexas, com risco acrescido de infeção e lesão vascular, especialmente perante uma abordagem bilateral. Assim, dado que vários autores, e a nossa própria experiência, demonstraram já que o implante convencional pode ser seguro e eficaz, optou‐se por tentar esta abordagem primeiro. Todos os cateteres foram então posicionados através da técnica convencional, incluindo um cateter quadripolar no seio coronário (Figura 1). Aos três meses de seguimento, os limiares de estimulação são adequados e obteve‐se ressincronização eficaz. Concluindo, embora a persistência da veia cava superior esquerda dificulte a implantação, a abordagem convencional deve ser tentada em primeiro lugar.
Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.
Confidencialidade dos dadosOs autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.
Direito à privacidade e consentimento escritoOs autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.
Conflito de interessesOs autores declaram não haver conflito de interesses.