Introdução e objetivos: As redes regionais para abordagem do acidente vascular cerebral agudo oferecem vantagens, incluindo seleção dos candidatos a trombectomia. Não é claro se o desempenho da rede e o desfecho funcional dos doentes com acidente vascular cerebral isquémico, tratados com anticoagulantes orais diretos e transferidos para trombectomia, é diferente dos não anticoagulados.Avaliar as métricas de atuação e resultados funcionais dos doentes com acidente vascular cerebral isquémico transferidos para trombectomia tratados com anticoagulantes orais diretos em comparação com os doentes não hipocoagulados.
Métodos: Estudo coorte histórico multicêntrico envolvendo os oito hospitais da Rede Regional. Colhidos dados clínicos, imagiológicos e medidas de atuação dos doentes submetidos a teleconsultas no período entre 01/01/2016 e 18/03/2021 e transferidos para trombectomia. Assumida recanalização para pontuações 2b e 3 no modified Thrombolysis in Cerebral Infarction. O estado funcional foi avaliado pela modified Rankin scale aos 90 dias.
Resultados: Avaliados 4341 doentes em teleconsulta, 945 foram transferidos para realização de trombectomia; 15,98% dos doentes encontravam-se sob anticoagulantes orais diretos. Não se verificou uma diferença estatisticamente significativa entre grupos no intervalo de tempo, medido em minutos, admissão nos hospitais primário e terciário (231.59 versus 235,71, p = 0,805) e, nos doentes submetidos a trombectomia, entre a admissão no hospital terciário e a recanalização (100,45 versus 102,79, p = 0,789). A taxa de recanalização não diferiu entre os grupos (86,64% versus 83,57%, p = 0,625). O desfecho funcional não foi afetado pela toma de anticoagulantes orais diretos (OR 1,04 [IC95%,.69-1,55], p = 0,857).
Conclusão: A anticoagulação com anticoagulantes orais diretos não influenciou as métricas de atuação e o desfecho funcional nos doentes transferidos para trombectomia.
Introduction and objectives: Regional telestroke networks offer several advantages, including upstream selection of thrombectomy candidates. However, it is unclear whether the network performance and the functional outcome of patients with ischemic stroke treated with direct oral anticoagulants and transferred to thrombectomy differ from those of non-hypocoagulated patients.
To compare the time metrics and the functional status of patients with ischemic stroke treated with direct oral anticoagulants and transferred to thrombectomy with non-hypocoagulated patients.
Methods: This was a retrospective multicenter cohort study involving the eight hospitals involved a regional telestroke network. Clinical, imaging and time measures data were obtained from patients transferred for thrombectomy in the period between 01 January 2016 and 18 March 2021. Reperfusion was assumed for modified Thrombolysis in Cerebral Infarction scores 2b and 3. Functional status was assessed using the modified Rankin scale at 90 days.
Results: Of the 4341 patients evaluated in teleconsultation, 945 patients were transferred for thrombectomy and 15.98% had beenpreviously treated with direct oral anticoagulants. There was no statistically significant difference between groups in the time interval, measured in minutes, between admission to the primary and tertiary hospital (231.59 versus 235.71, p=0.805) and, in patients undergoing thrombectomy, between admission to the tertiary hospital and reperfusion (100.45 versus 102.79, p=0.789). The reperfusion rate did not differ between groups (86.64% versus 83.57%, p=0.625). The functional outcome was not affected by direct oral anticoagulants intake (odds ratio 1.04 [95% confidence interval 0.69-1.55], p=0.857).
Conclusion(s): Treatment with direct oral anticoagulants did not have an impact on the performance or the functional outcome of ischemic stroke patients transferred for thrombectomy.