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Pre-proof, online em 30 de agosto de 2024
Sex-related differences in ST-segment elevation myocardial infarction: A Portuguese multicenter national registry analysis
As diferenças entre os sexos no enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST: um estudo baseado no registo nacional multicêntrico português
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Carolina Miguel Gonçalvesa,
Autor para correspondência
carolinagoncalves9@gmail.com

Corresponding author.
, Mariana Carvalhoa, Adriana Vazãoa, Margarida Cabrala, André Martinsa, Fátima Saraivaa, João Moraisa,b
a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, E.P.E., Leiria, Portugal
b ciTechCare – Center for Innovative Care and Health Technology, Polytechnique of Leiria, Leiria, Portugal
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Resumo

Introdução e objetivos: As diferenças entre sexos nos doentes com enfarte agudo do miocárdio (EAM) são um tópico controverso. São frequentemente descritas disparidades na apresentação, no diagnóstico e no tratamento, as quais contribuem para um pior prognóstico nas mulheres. O objeto desta análise foi determinar estas diferenças no EAM com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI).

Métodos: Os autores realizaram uma análise retrospetiva de doentes com STEMI incluídos no Registo Português de Síndromes Coronárias Agudas, entre Outubro de 2010 e 2022. Foram definidos dois endopoints primários: mortalidade intra-hospitalar e mortalidade a um ano.

Resultados: Um total de 14 470 STEMI foram incluídos. O sexo feminino estava sub-representado (3721 doentes, 25,7%). As mulheres tinham uma idade superior (70 versus 62 anos, p<0,001), com maior prevalência de fatores de risco cardiovascular, sendo menos submetidas a angiografia coronária (84,4% versus 88,5%, p<0,001) e a terapêutica médica (aspirina 92,5% versus 95,4%, beta bloqueantes 79,2% versus 83%, p<0,001). O sexo feminino apresentou mais complicações: insuficiência cardíaca congestiva (23,4% versus 14,6%), acidente vascular cerebral isquémico (47 versus 40%), e mortalidade intra-hospitalar (8,5% versus 4,1%) (p<0,001 para todas as comparações). A mortalidade a um ano foi superior nas mulheres (11,5% versus 6,3, p<0,001). Após análise multivariada, o sexo feminino manteve-se preditor independente de mortalidade intra-hospitalar (OR=1,633; CI 95% [1,065-2,504]; p=0.025), mas não a um ano.

Conclusão: O presente estudo, em Portugal, revela múltiplas diferenças entre sexos no STEMI. Apesar das limitações inerentes às análises baseadas em registos nacionais, as mulheres têm idade e risco cardiovascular superior, sendo menos tratadas, com mortalidade superior. Estas desigualdades devem ser uma preocupação para a comunidade médica de modo a melhorar outcomes e a proporcionar cuidados médicos equitativos.

Palavras-Chave:
Enfarte agudo do miocárdio
STEMI, Diferenças entre sexos
Diagnóstico
Tratamento
Prognóstico
Abstract

Introduction and objectives: Sex differences among patients with acute myocardial infarctions remain a matter of debate. Inequalities in presentation, diagnosis, treatment, and prognosis are frequently observed, contributing to a worse prognosis in women. The aim of this study was to investigate sex-related differences in Portuguese ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) patients.

Methods: The authors conducted a retrospective analysis of STEMI patients included in the Portuguese Registry on Acute Coronary Syndromes, between October 2010 and 2022. The two co-primary endpoints were in-hospital and one-year mortality.

Results: A total of 14470 STEMI patients were studied. Women were underrepresented with 3721 individuals (25.7%). They were significantly older (70 vs. 62 years, p<0.001), with higher prevalence of cardiovascular risk factors, and underwent less frequently coronary angiography (84.4% vs. 88.5%, p<0.001) and guideline-directed medical therapy (e.g., aspirin 92.5% vs. 95.4%, beta blockers 79.2% vs. 83%, p<0.001. Furthermore, they experienced more complications, such as congestive heart failure (23.4% vs. 14.6%), ischemic stroke (47 vs. 40%), and in-hospital mortality (8.5% vs. 4.1%) (p<0.001 for all comparisons). Similarly, they presented higher one-year mortality (11.5% vs. 6.3, p<0.001). However, after a multivariate analysis testing significant clinical variables, female sex remained an independent predictor for in-hospital (odds ratio=1.633; CI 95% [1.065-2.504]; p=0.025), but not for one-year mortality.

Conclusions: This analysis reveals sex-related disparities in Portuguese STEMI patients. Despite limitations inherent to registry-based analysis, women were significantly older, with increased cardiovascular risk, less treated, and with higher in-hospital mortality. These disparities should be a concern for clinicians to further improve outcomes and move toward equitable medical care.

Keywords:
Myocardial infarction
STEMI
sex differences
diagnosis
treatment
prognosis
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