Introdução e objetivos: A cirurgia de switch arterial é atualmente a técnica de cirúrgica de eleição para a reparação da dextro transposição das grandes artérias (D-TGA). Como o procedimento implica reimplantação das artérias coronárias na raiz neoaórtica, as complicações coronárias a longo prazo são um cenário possível e potencialmente grave. No entanto, a avaliação coronária por rotina após switch arterial permanece controversa. O objetivo deste estudo é realizar uma análise descritiva dos achados da angiografia por tomografia computadorizada coronária (CCTA) em adolescentes e jovens adultos com D-TGA corrigida com switch arterial.
Métodos: Realizámos um estudo retrospetivo de centro único que incluiu adolescentes e adultos jovens com D-TGA corrigida com cirurgia de switch arterial que realizaram CCTA. Foram analisados dados demográficos, clínicos e imagiológicos.
Resultados: Identificámos 57 doentes com D-TGA corrigida com switch arterial. Destes, 39 tinham avaliação por CCTA. Os doentes tinham em média 19.6 (± 4.2) anos; 54% eram do sexo masculino; 32% tinham D-TGA complexa. Em 35 doentes (90%), a CCTA fez parte de uma avaliação por rotina. Em 4 (10%) dos doentes, foi feita por suspeita de isquemia miocárdica. Dezoito (46%) doentes tinham anomalias coronárias descritas: 5 (13%) tinham angulação aguda proximal; 13 (33%) tinham origem anómala. Dois (5%) tinham descrição de trajeto inter-arterial e 8 (21%) trajeto retro-aórtico.
Conclusão: Adolescentes e adultos jovens com D-TGA corrigida com switch arterial apresentam uma elevada prevalência de anomalias coronárias, o que pode justificar rastreio por rotina com CCTA de forma a identificar doentes com maior risco de eventos coronários.
Background and purpose: Arterial switch operation (ASO) is currently the standard surgical repair for D-transposition of great arteries (D-TGA). As the procedure implies reimplantation of the coronary arteries into the neo-aortic root, long-term coronary complications are possible and potentially dangerous. However, routine coronary evaluation after ASO remains controversial. The purpose of this study is to perform a descriptive analysis of coronary computed tomography angiography (CCTA) findings in adolescent and young adults with D-TGA after ASO.
Methods: We performed a retrospective single center study that included adolescent and young adults with D-TGA submitted to ASO who underwent CCTA. Demographic, clinical and imaging data were collected.
Results: We identified 57 patients with D-TGA submitted to ASO. Of these, 39 performed a CCTA. Mean age of patients was 19.6 (± 4.2) years; 54% were male; 32% had complex D-TGA. In 35 patients (90%), CCTA was part of routine screening. In four (10%) patients CCTA was done due to symptoms or an abnormal non-invasive test suggestive of myocardial ischemia. Eighteen (46%) patients had coronary anomalies: five (13%) had an acute angulation at the coronary origin; 13 (33%) patients had anomalous origin of the coronary arteries. Interarterial course was described in two (5%) patients and retroaortic course reported in eight (21%) cases.
Conclusions: Adolescent and young adults with D-TGA submitted to ASO have a high incidence of coronary anomalies. Routine screening with CCTA may be justified to identify patients who may be at higher risk of coronary events.




