Introduction and Objectives: Oral anticoagulation (OAC) with non-vitamin K antagonist oral anticoagulants (NOACs) after surgical mitral valve repair (MVR) or bioprosthetic valve replacement (BVR) in mitral position remains a controversial topic among the cardiovascular community, in particular in the early postoperative period. This study aimed to evaluate the efficacy and safety of NOACs in the first three months after MVR or mitral BVR compared to vitamin K antagonists (VKAs).
Methods: This was a single-center retrospective study with prospectively collected peri-intervention outcomes between 2020 and 2021. Records were retrieved and all participants were contacted by telephone. Patients were divided into groups according to OAC strategy. The primary outcome was a composite of death, rehospitalization, myocardial infarction, stroke or transient ischemic attack, systemic embolism, mitral thrombosis, or bleeding during the first three months after surgery.
Results: A total of 148 patients were enrolled, with a mean age of 65.5±12.2 years, 56.8% male. On discharge, 98 (66.2%) patients were on VKAs and 50 (33.8%) were on DOACs for at least three months. The primary outcome occurred in 22 (22.4%) patients in the VKA group and in three (6%) in the NOAC group (p=0.012), mainly driven by more bleeding events in the former. Independent predictors of the primary outcome were smoking (p=0.028) and OAC with VKAs at discharge, the latter predicting three times more events (p=0.046, OR 3.72, 95% CI 1.02-13.5).
Conclusions: NOACs were associated with fewer events, supporting their efficacy and safety during the first three months after surgical MVR or mitral BVR.
Introdução e objetivos: A anticoagulação oral (OAC) com anticoagulantes orais não antagonistas da vitamina K (NOACs) após reparação cirúrgica da valva mitral (MVR) ou substituição cirúrgica por prótese valvular biológica (BVR) em posição mitral permanece um tópico controverso entre a comunidade cardiovascular, em particular no período pós-operatório inicial. O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia e segurança dos NOACs nos primeiros três meses após MVR ou BVR em posição mitral, comparando esta estratégia com antagonistas da vitamina K (AVKs).
Métodos: Análise retrospetiva de um único centro com resultados peri-intervenção colhidos prospectivamente entre 2020/2021. Os registos foram analisados e todos os participantes foram contatados por telefone. Os pacientes foram divididos em grupos de acordo com a estratégia OAC. O outcome primário composto foi definido como morte, re-hospitalização, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou ataque isquémico transitório, embolia sistémica, trombose mitral ou hemorragia durante os primeiros três meses após a cirurgia.
Resultados: Foram incluídos 148 doentes, com uma idade média de 65,5±12,2 anos e 56,8% eram do sexo masculino. À data da alta, 98 (66,2%) pacientes foram medicados com AVKs e 50 (33,8%) com NOACs, mantidos pelo menos durante três meses. O outcome primário ocorreu em 22 (22,4%) pacientes no grupo AVKs e em 3 (6%) no grupo NOACs (p=0,012), principalmente sobre a influência de um maior número de eventos hemorrágicos no primeiro. Os preditores independentes do outcome primário foram tabagismo (p=0,028) e OAC com AVKs à data da alta, este último prevendo três vezes mais eventos (p=0,046, OR 3,72, IC 95% 1,02 a 13,5).
Conclusões: Os NOACs foram associados a menos eventos, nomeadamente hemorrágicos, apoiando a sua eficácia e segurança durante os primeiros três meses em doentes após MVR ou BVR em posição mitral.