Ricardo C. Cury, Suhny Abbara, Stephan Achenbach, Arthur Agatston, Daniel S. Berman, Matthew J. Budoff, Karin E. Dill, Jill E. Jacobs, Christopher D. Maroules, Geoffrey D. Rubin, Frank J. Rybicki, U. Joseph Schoepf, Leslee J. Shaw, Arthur E. Stillman, Charles S. White, Pamela K. Woodard, Jonathon A. Leipsic, Edição simultânea (publicação online a 15 de junho de 2015) em: Journal of Cardiovascular Computed Tomography ‐ JCCT 10 (2016) 269e281. JACC Cardiov Imaging. DOI:10.1016/j.jcmg.2016.05.005. JACR DOI: 10.1016/j.jacr.2016.04.024
The intent of CAD‐RADS Coronary Artery Disease Reporting and Data System is to create a standardized method to communicate findings of coronary CT angiography (coronary CTA) in order to facilitate decision‐making regarding further patient management. The suggested CAD‐RADS classification is applied on a per‐patient basis and represents the highest‐grade coronary artery lesion documented by coronary CTA. It ranges from CAD‐RADS 0 (Zero) for the complete absence of stenosis and plaque to CAD‐RADS 5 for the presence of at least one totally occluded coronary artery and should always be interpreted in conjunction with the impression found in the report. Specific recommendations are provided for further management of patients with stable or acute chest pain based on the CAD‐RADS classification. The main goal of CAD‐RADS is to standardize reporting of coronary CTA results and to facilitate communication of test results to referring physicians along with suggestions for subsequent patient management. In addition, CAD‐RADS will provide a framework of standardization that may benefit education, research, peer‐review and quality assurance with the potential to ultimately result in improved quality of care.
ComentárioNa última década, a coronariografia por tomografia computadorizada (AngioTC coronária) impôs‐se no armamentário diagnóstico ao dispor do cardiologista. A sua elevada sensibilidade e excelente valor preditivo negativo transformaram‐na no principal método de escolha para exclusão de doença coronária em pacientes com probabilidade intermédia‐baixa, nomeadamente após uma prova de esforço eletricamente positiva ou após testes funcionais discordantes com a clínica. Vários grandes estudos demonstraram a utilidade clínica da AngioTC coronária, incluindo os recentes estudos prospetivos multicêntricos PROMISE e SCOT‐HEART e quatro ensaios clínicos aleatorizados: CT‐STAT, ACRIN‐PA, ROMICAT II, e CT‐COMPARE. No entanto, até à data, não havia uma referência estandardizada de comunicação dos resultados de um exame de AngioTC coronário, o que potencia uma certa subjetividade de interpretação e, para o médico referenciador, dificuldades acrescidas em termos de orientação clínica pós‐teste.
Baseando‐se em casos de sucesso de outras áreas da medicina, como a mamografia e a imagiologia do fígado ou do pulmão, em que a implementação de um sistema padronizado melhorou muito a comunicabilidade entre clínicos e a adoção de medidas pós‐teste adequadas, as três principais sociedade médicas da área (Society for Cardiovascular Computed Tomography [SCCT], American College of Radiology [ACR] e North American Society for Cardiovascular Imaging [NASI]) desenvolveram um documento de consenso que viria a ser endossado pelo American College of Cardiology e que visa a padronização de relatórios para a angiografia coronária (CCTA), como forma a melhorar a interpretação dos resultados e a orientação terapêutica subsequente.
A classificação CAD‐RADS segue uma lógica de aplicação «por paciente» e representa a lesão coronária com maior grau de estenose documentada pela AngioTC coronária, apresentando «modificadores» que facilitam a descrição da coronariografia de pacientes com stents e/ou revascularização cirúrgica prévia. Os autores recomendam que a classificação seja anunciada como parte integrante da conclusão do relatório de AngioTC coronário, fornecendo recomendações específicas de orientação pós‐teste.
Espera‐se que este documento contribua para uma melhor utilização da técnica e rentabilização de todas as suas potencialidades, pelo que é imprescindível que seja adotado de forma generalizada, e que os clínicos se familiarizem com a nova classificação e as suas implicações em termos de orientação clínica.
Conflito de interessesO autor declara não haver conflito de interesses.
Nota: O artigo completo pode ser obtido de forma gratuita através do portal da Society for Cardiovascular Computed Tomography (Journal of Cardiovascular Computed Tomography), ou através da publicação online do Journal of the American College of Radiology, e do J Am Col Cardiol Cardiovascular Imaging.