TY - JOUR T1 - Adesão à terapêutica com anticoagulantes diretos em doentes com fibrilhação auricular não valvular – uma análise de mundo real JO - Revista Portuguesa de Cardiologia T2 - AU - Brízido,Catarina AU - Ferreira,António Miguel AU - Lopes,Pedro AU - Strong,Christopher AU - Mendes,Gustavo Sá AU - Gama,Francisco Fernandes AU - Durazzo,Anaí AU - Rodrigues,Gustavo Rocha AU - Matos,Daniel AU - Guerreiro,Sara AU - Madeira,Sérgio AU - Ferreira,Jorge AU - Adragão,Pedro AU - Mendes,Miguel SN - 08702551 M3 - 10.1016/j.repc.2020.10.017 DO - 10.1016/j.repc.2020.10.017 UR - https://revportcardiol.org/pt-adesao-a-terapeutica-com-anticoagulantes-articulo-S0870255121001955 AB - Introdução e objetivosOs anticoagulantes diretos (direct anticoagulants, DOACs) mudaram o panorama do tratamento da fibrilhação auricular (FA), trazendo novos desafios de acessibilidade e adesão terapêutica. O objetivo deste estudo foi avaliar a adesão terapêutica com DOACs, e os seus fatores determinantes, numa população de doentes com FA. MétodosEstudo retrospetivo de centro único incluindo doentes com FA não valvular sob terapêutica com DOAC seguidos em consulta de Cardiologia, cuja primeira prescrição de DOAC foi realizada entre 1 de abril de 2016 e agosto de 2018. Foram contabilizadas as embalagens de DOAC levantadas desde a primeira prescrição até 31 de agosto de 2018, utilizando a Prescrição Eletrónica Médica. Foi calculada a adesão à terapêutica através da divisão entre o número de dias cobertos pela dispensa efetiva na farmácia e os dias sob terapêutica. Definiu‐se “não adesão” como uma adesão inferior a 90%. ResultadosForam incluídos 264 doentes (120 homens, idade média 74 ± 12 anos). O score CHA2DS2VASC mediano foi 3 (IIQ 2‐5) e o score HAS‐BLED mediano foi 1 (IIQ 1‐2). Os DOAC rivaroxabano, apixabano, dabigatrano e edoxabano foram prescritos em 45%, 41%, 24% e 13% dos doentes, respetivamente. Ao longo do período avaliado, 51 doentes (19%) tomaram pelo menos dois DOACs diferentes. Os doentes estiveram sob DOAC durante uma mediana de 439 dias (IIQ 269‐638), durante os quais aderiram à terapêutica em mediana 90% (IIQ 75‐100%) do tempo. Cerca de metade (51%) dos doentes foi considerada não aderente; a maior duração da terapêutica (OR ajustado de 1,06/mês, IC95% 1,03‐1,08, p < 0,001), a toma de DOAC com posologia bidiária (OR ajustado de 1,73, IC95% 1,08‐2,75, p = 0,022) e o pagamento de medicamentos em regime geral (OR ajustado 2,13, IC95% 1,28‐3,45, p = 0,003) foram preditores independentes de “não adesão”. ConclusãoMetade dos doentes (51%) com FA sob DOAC foram classificados como não aderentes (adesão < 90%). A maior duração da terapêutica, a posologia bidiária e o pagamento em regime geral foram preditores independentes de não adesão, podendo constituir alvos de intervenção para melhorar o perfil de cumprimento terapêutico. ER -