TY - JOUR T1 - Pode a presença de anemia na admissão melhorar a capacidade preditiva do score GRACE para mortalidade a curto e médio prazo após síndrome coronária aguda? JO - Revista Portuguesa de Cardiologia T2 - AU - Timóteo,Ana Teresa AU - Hamad,Hamad AU - Miranda,Fernando AU - Santos,Ninel AU - Oliveira,José Alberto AU - Ferreira,Maria Lurdes AU - Cruz Ferreira,Rui SN - 08702551 M3 - 10.1016/j.repc.2011.12.015 DO - 10.1016/j.repc.2011.12.015 UR - https://revportcardiol.org/pt-pode-presenca-anemia-na-admissao-articulo-S0870255112000418 AB - IntroduçãoNos doentes admitidos com síndrome coronária aguda (SCA), a presença de anemia é um fator predizente de prognóstico. Contudo, os diversos scores de risco após SCA não incluem este fator. ObjetivosAvaliar se a presença de anemia na admissão em doentes com SCA tem valor acrescido relativamente ao score GRACE na predição de mortalidade a curto e médio prazo. MétodosEntre janeiro 2005 e dezembro 2008, avaliaram-se os doentes admitidos consecutivamente na nossa Unidade de Cuidados Intensivos por SCA e incluídos no registo de SCA do centro. Em todos os doentes foram colhidos dados demográficos, antropométricos, fatores de risco para doença coronária, dados clínicos e laboratoriais da admissão, incluindo hemoglobina. Foram identificados os doentes com anemia (hemoglobina <12g/dL nas mulheres e <13g/dL nos homens). Os doentes foram divididos em risco baixo, intermédio e alto: <126, 126-154 e>154 para o score GRACE, respetivamente.Analisou-se a ocorrência de morte intra-hospitalar, aos 30 dias e ao primeiro ano de seguimento. ResultadosIncluíram-se 1423 doentes, com idade média de 64±13 anos, 69% do sexo masculino, identificando-se a presença de anemia na admissão em 27,7% dos doentes. Estes doentes eram mais idosos, com predomínio do sexo feminino, mais hipertensos e diabéticos, maior número com história prévia de enfarte, com pior classe de Killip na admissão e score GRACE mais alto. Pelo contrário, eram menos fumadores, com menor apresentação como enfarte com supradesnivelamento ST e receberam menos bloqueadores beta, estatinas e angioplastia coronária. Tiveram também mais complicações hemorrágicas durante o internamento. A mortalidade intra-hospitalar (10 versus 4%), aos 30 dias (12 versus 5%) e ao primeiro ano (15 versus 6%) foram superiores no grupo com anemia (p<0,001). Na análise bivariada, a presença de anemia é fator predizente de mortalidade intra-hospitalar (OR 2,46, IC 95% 1,57-3,85, p<0,001), aos 30 dias (OR 2,47, IC 95% 1,65-3,69, p<0,001) e ao primeiro ano (OR 2,66, IC 95% 1,83-3,86, p<0,001), não se mantendo, contudo, esta associação após ajuste para outras variáveis. Associando a presença de anemia ao score GRACE, diferencia apenas para a mortalidade ao primeiro ano (com maior mortalidade) os grupos de risco intermédio e alto do score GRACE (6,7 versus 2,3%, p=0,024; 23,4 versus 15,6%, p=0,022, respetivamente), com uma tendência para diferenciar a mortalidade aos 30 dias no grupo de risco alto de score (19,6 versus 13,5%, p=0,056). ConclusãoOs nossos dados confirmam que a anemia é um fator predizente importante de mortalidade a curto e médio prazo após SCA, contudo, não significativo quando ajustado ou incluído no score GRACE. Contudo, a sua combinação com o score GRACE pode melhorar a estratificação de risco, em particular no alto risco. ER -