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Vol. 32. Núm. 12.
Páginas 1013-1018 (dezembro 2013)
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Vol. 32. Núm. 12.
Páginas 1013-1018 (dezembro 2013)
Posição de consenso
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Posição sobre suportes vasculares restaurativos transitórios coronários em Portugal
Position statement on bioresorbable vascular scaffolds in Portugal
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Rui Campante Telesa,
Autor para correspondência
rcteles@clix.pt

Autor para correspondência.
, Hélder Pereirab, Henrique Cyrne de Carvalhoc, Lino Patríciod,e, Ricardo Santosf, José Baptistag, João Pipah, Pedro Farto e Abreui, Henrique Fariaj, Sousa Ramosk, Vasco Gama Ribeirol, Dinis Martinsm, Manuel Almeidaa
a Unidade de Intervenção Cardiovascular (UNICARV), Serviço de Cardiologia, Hospital de Santa Cruz-CHLO, Carnaxide, Portugal
b Serviço de Cardiologia, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal
c Serviço de Cardiologia, Hospital de Santo António-CHP, Porto, Portugal
d Serviço de Cardiologia, Hospital de Santa Marta-CHLC, Lisboa, Portugal
e Serviço de Cardiologia, Hospital Espírito Santo, Évora, Portugal
f Serviço de Cardiologia, Hospital de São Bernardo-CHS, Setúbal, Portugal
g Unidade de Intervenção Cardiovascular (UIC), Hospital Particular do Algarve, Alvor, Portugal
h Serviço de Cardiologia, Hospital de São Teotónio, Viseu, Portugal
i Serviço de Cardiologia, Hospital Fernando Fonseca, Amadora, Portugal
j Serviço de Cardiologia, Hospital Universitário de Coimbra-CHUC, Coimbra, Portugal
k Centro do Coração, Hospital Cuf Infante Santo, Lisboa, Portugal
l Serviço de Cardiologia, Cento Hospitalar de Vila Nova de Gaia, Gaia, Portugal
m Serviço de Cardiologia, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, Portugal
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Tabela 1. Vantagens potenciais dos sVRT
Tabela 2. Suportes vasculares restaurativos transitórios (sVRT)
Tabela 3. Indicações para sVRT
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Resumo
Introdução

Os suportes vasculares restaurativos transitórios (sVRT) foram recentemente aprovados para intervenção coronária percutânea (ICP) na Europa e possuem propriedades muito inovadoras. O objetivo desta declaração de posição é rever criticamente a informação e os estudos com os sVRT disponíveis e contribuir para uma reflexão científica que promova o seu uso racional com orientações estruturadas para a sua aplicação inicial em Portugal.

Métodos e resultados

Foi constituído um grupo de trabalho para alcançar um consenso com base na evidência científica conhecida, na discussão de casos clínicos modelo e na experiência individual. A evidência reunida sugere que os sVRT disponíveis podem produzir uma melhoria fisiológica e clínica em doentes selecionados. Os dados relativos à sua durabilidade e segurança a longo prazo são animadores. As indicações iniciais foram agrupadas em três categorias: a) consensuais e apropriadas – jovens, diabéticos, descendente anterior, lesões longas, doença difusa; b) menos consensuais mas possíveis – lesões com pequeno colateral, síndromas coronárias agudas estabilizadas; c) inapropriadas – tronco comum, tortuosidade, calcificação grave.

Conclusão

Os suportes vasculares restaurativos transitórios constituem uma terapêutica válida pela evidência científica encorajadora da sua aplicabilidade, da melhoria fisiológica e clínica. Devemos privilegiar as indicações aconselhadas e adequar as técnicas de angioplastia coronária, bem como monitorizar e avaliar os resultados para evitar uma adoção inapropriada. É recomendável o desenvolvimento expedito de normas de orientação clínica pelas sociedades científicas apoiada em registos de elevada qualidade.

Palavras-chave:
Suportes vasculares restaurativos transitórios
Angioplastia coronária
Intervenção coronária percutânea
Diabetes
Stent
Abstract
Background

Bioresorbable vascular scaffolds (BVS) were recently approved for percutaneous coronary intervention in Europe. The aim of this position statement is to review the information and studies on available BVS, to stimulate discussion on their use and to propose guidelines for this treatment option in Portugal.

Methods and Results

A working group was set up to reach a consensus based on current evidence, discussion of clinical case models and individual experience. The evidence suggests that currently available BVS can produce physiological and clinical improvements in selected patients. There are encouraging data on their durability and long-term safety. Initial indications were grouped into three categories: (a) consensual and appropriate - young patients, diabetic patients, left anterior descending artery, long lesions, diffuse disease, and hybrid strategy; (b) less consensual but possible - small collateral branches, stabilized acute coronary syndromes; and (c) inappropriate - left main disease, tortuosity, severe calcification.

Conclusion

BVS are a viable treatment option based on the encouraging evidence of their applicability and physiological and clinical results. They should be used in appropriate indications and will require technical adaptations. Outcome monitoring and evaluation is essential to avoid inappropriate use. It is recommended that medical societies produce clinical guidelines based on high-quality registries as soon as possible.

Keywords:
Bioersorbable vascular scaffolds
Coronary angioplasty
Percutaneous coronary intervention
Diabetic
Stent
Texto Completo
Preâmbulo

Em 1977, Andreas Gruntzig realizou a primeira angioplastia coronária de balão1. Desde então o progresso no tratamento percutâneo da doença coronária por cateterismo cardíaco tem sido constante e pautado por sucessivas evoluções.

A primeira deu-se em 1986 com introdução dos stents, que permitiram reduzir a taxa de oclusão aguda das coronárias para 1,5% e tornou esporádica a necessidade de pontagens coronárias emergentes2.

A segunda ocorreu em 2001, com os stents eluidores de fármacos (DES) que, reduzindo a hiperplasia da íntima, vieram a diminuir drasticamente a reestenose dos stents metálicos e a necessidade de revascularização secundária entre 39-61%3–5.

A utilização dos DES despoletou um fervor investigacional em torno dos dispositivos coronários, com registos e estudos aleatorizados de elevada qualidade que contribuíram, definitivamente, para a medicina baseada na evidência. Revelaram que a adoção explosiva dos stents farmacológicos apresentou limitações como a taxa de trombose tardia, entretanto extensamente estudada e controlada5,6.

Apesar de os bons resultados clínicos obtidos com o uso de DES, o stent apresenta uma estrutura metálica fixa e rígida que constitui um ponto de não retorno e impede o processo biológico adaptativo de remodelação. Por outro lado, os polímeros e os fármacos produzem inflamação local, o que inibe a recuperação da fisiologia coronária e pode contribuir para eventuais tromboses tardias e fenómenos de neoaterosclerose.

Depois de uma década de intensa investigação pré-clínica surge a terceira revolução, a dos suportes vasculares restaurativos transitórios (sVRT). O objetivo dos SVRT é proporcionar uma força vascular radial transitória, possibilitar a administração de fármacos antiproliferativos vasculares e promover o restauro da estrutura e das funções fisiológicas normais da artéria coronária libertando o vaso da estrutura fixa e rígida por um processo de degradação benigno.

Há diversos benefícios dos sVRT tais como a reabilitação fisiológica do vaso, a diminuição da trombose dos stents, a redução da necessidade de terapêutica antiagregante, a redução das limitações no tratamento futuro do vaso e seus colaterais e a possibilidade de utilização de técnicas de diagnóstico não invasivas, particularmente o angio CT7–11. No fundo, estes dispositivos possibilitam todas as vantagens dos stents, acrescidas do facto de serem absorvidos idealmente após a sua função ter terminado, não limitando, assim, futuras intervenções (Tabela 1).

Tabela 1.

Vantagens potenciais dos sVRT

  Balão  BMS  DES  sVRT 
Oclusão aguda  − 
Trombose aguda stent/sVRT  NA  −  +/− 
Trombose subaguda stent/sVRT  NA  −  − 
Trombose tardia stent/sVRT  NA  −  − 
Recolha elástica  − 
Remodelação constritiva  − 
Hiperplasia da neoíntima  −  − 
Remodelação expansiva  −  −  − 
Aumento tardio do lúmen  −  − 
Vasomotricidade tardia do vaso  −  −  − 
Preservação dos colaterais  −  −  − 
Preservação para pontagem  −  − 
Reavaliação não invasiva  −  − 

BMS: stent metálico; DES: stent farmacológico; NA: não aplicável devido à ausência de stent; +: prevenido ou não reduzido; −: não prevenido ou reduzido.

Adaptado de Onuma9.

Objetivo

Os sVRT foram recentemente aprovados para intervenção coronária percutânea (ICP) na Europa e possuem propriedades muito inovadoras. O objetivo desta iniciativa é rever criticamente a informação e os estudos com os sVRT disponíveis, contribuindo para uma discussão científica que promova o uso racional dos dispositivos e promova orientações estruturadas para a sua aplicação pela comunidade de intervencionistas portugueses.

Métodos

Foi constituído um grupo de trabalho de cardiologistas de intervenção com reconhecida experiência para avaliar os conhecimentos e alcançar uma posição comum baseada na evidência científica conhecida, na discussão de casos clínicos modelo e na experiência individual.

Informação e evidência científica atual dos suportes vasculares restaurativos transitórios em desenvolvimento

A história do desenvolvimento dos sVRT tem mais de uma década e é já bastante longa (Tabela 2)10. O primeiro sVRT implantado em humanos foi o Igaki-Tamai (Igaki Medical Planning Company, Quioto, Japão), em 2000, baseando-se no ácido poli-L-láctico (PLLA) que utilizava uma libertação complexa por técnica térmica com contraste do balão aquecido até 80°C12. O primeiro sVRT metálico utilizado em humanos em 2007 foi construído com 93% de magnésio (Biotronik, Berlim, Alemanha)13. Finalmente, em 2008, o primeiro sVRT farmacológico na linha dos DES foi o stent PLLA com everolimus (Abbott Vascular, Santa Clara, Estados Unidos), apresentando hastes com 150 microns14.

Tabela 2.

Suportes vasculares restaurativos transitórios (sVRT)

Companhia  Dispositivo  Descrição/Estudo  Fármaco  Estado 
Abbott  ABSORB  PLLA totalmente absorvido em dois anos14RVA 5,9% dois anos, ABSORB B (2009-2013)15  Everolimus  Marca CE 
A.R.T.  A.R.T. Bioresorbable stent  PLA (2009)16  Não  FIM em curso 
Biotronik  DREAMS  Magnésio em liga 93%RVA 9,1% aos seis meses BIOSOLVE-I (2007-2013) 13,17  Paclitaxel  FIM concluído 
Elixir  DESolve  PLLA18Programa BDES (2009, não publicado)  Novolimus  FIM concluído 
Huaan  Xinsorb  PLLA (2012)19  Sirolimus  FIM concluído 
Kyoto Medical  Igaki-Tamai  PLLA absorvido em dois anos (2000)12  Sim  FIM concluído 
REVA Medical  REVA-ReZolve  Policarbonato de tirosina absorvido em 18 meses, libertação por deslizamento e fecho20RVA 66,7% um ano RESORB, (2007, não publicado)  Não  FIM concluído 
Bioabsorbable Therapeutics  Ideal Biostent  Polisalicilato absorvido em 12 meses21WISPHER (2009, não publicado)  Sirolimus  FIM concluído 

FIM: first in man; PLA: ácido poliláctico; PLLA: ácido poli-L-láctico; RVA: revascularização do vaso alvo.

Utilização clínica contemporânea dos suportes vasculares restaurativos transitórios

Atualmente o dispositivo eluidor de everolimus baseado no PLLA é o único suporte vascular restaurativo transitório disponível para uso clínico.

O estudo ABSORB coorte A incluiu 30 doentes, com uma taxa de eventos major aos quatro anos de apenas 3,4%, evidenciando que o conceito é aplicável e produz os resultados esperados. Os dados relativos à durabilidade e segurança são muito prometedores, sem qualquer morte cardíaca, mas trata-se de uma amostra selecionada e pequena22–24.

Seguiu-se o ensaio ABSORB coorte B, no qual se utilizou a geração 1.1 com alterações na geometria das hastes e com maior suporte radial que a versão inicial 1.0 do dispositivo. O estudo incluiu 101 doentes com doença estável ou angor instável, com lesões de novo em qualquer artéria nativa, em vasos com diâmetro de referência de 3,0mm, estenoses de 50-99%, tratáveis com um sVRT 3,0x18mm e utilizou múltiplas técnicas invasivas de imagem. Apresentou uma taxa hierárquica de eventos major de 6,8% e de revascularização do vaso alvo de 5,9% aos dois anos. Concluiu-se que a eficácia e segurança estão mantidas em artérias quer de calibre igual ou inferior a 2,5mm quer de calibre superior, não se observando qualquer morte ou trombose do sVRT7,22,25–30.

No ABSORB coorte B encontrava-se predefinido um subgrupo, o B2, com imagiologia intracoronária aos 12 e 36 meses. Nestes 56 doentes foi evidente uma recuperação encorajadora da vasomotricidade endotélio-dependente, semelhante à observada em coronárias nativas. Os parâmetros de endotelização e de remodelação negativa (quer constritiva quer elástica) não foram piores que com os stents metálicos, o que foi corroborado também em diversas publicações25,31,32. Confirmou-se a absorção das hastes que, ainda assim, permaneceram identificáveis por ecografia (IVUS) e por coerência ótica (OCT) intracoronários. Aos 24 meses de seguimento destacou-se particularmente o remodeling expansivo significativo (aumento da área da artéria de 14,8 para 17,5mm2 em grandes vasos e 12,7 para 13,1mm2 em pequenos vasos) que compensa o efeito negativo da hiperplasia da íntima (0,25mm2 em qualquer artéria coronária)15,26,30.

É considerado pouco relevante que o sVRT ABSORB tenha sido implantado, nestes estudos, em vasos com estimativa visual de 3,0mm de diâmetro e lesões inferiores a 14mm. Tal deveu-se ao facto de, então, haver apenas uma plataforma disponível (3,0x18mm) e da necessidade de assegurar a segurança dos múltiplos métodos de estudo intracoronários como o IVUS, o OCT e a palpografia. De resto, no estudo de fase III em curso – ABSORB II – tais critérios angiográficos são muito mais compreensivos (vasos com referência quantitativa digital de 2,25-3,8mm, lesões até 48mm)38.

A utilização deste dispositivo reveste-se de aspetos técnicos distintos da implantação de stents, designadamente a importância da determinação muito precisa do diâmetro luminal mínimo – proximal e distal – necessários à boa ancoragem do dispositivo, a restrição na sobredilatação pelo risco de fratura das hastes e a informação complementar – mas discrepante – das várias técnicas de imagiologia intracoronária33–37.

Discussão de casos clínicos modelo e avaliação individual

No contexto descrito foi estimulada a troca de impressões recorrendo à discussão de casos clínicos modelo que pudessem ser alvo de uma reflexão individual para expor as diversas expetativas e potenciais limitações dos sVRT. Esta reflexão foi realizada considerando um cenário em que o custo do dispositivo fosse tal que não influenciasse a escolha.

ResultadosIndicações propostas e sua reavaliação

A opinião do grupo é que a introdução dos sVRT deve ser realizada preferencialmente nas indicações recomendadas e monitorizada.

A declaração de posição reflete a análise realizada e contribui com um conjunto de orientações potenciais para o uso racional de sVRT, agrupadas em três categorias (Tabela 3): a) consensuais e apropriadas – doentes jovens, diabéticos, lesões na descendente anterior potencialmente passíveis de cirurgia coronária à distância, lesões longas e doença difusa; b) menos consensuais mas possíveis – lesões com pequenos colaterais e síndromas coronários agudos estabilizados; c) inapropriadas – lesões do tronco comum, lesões tortuosas e calcificação grave.

Tabela 3.

Indicações para sVRT

Indicações apropriadas, consensuais 
Idade jovem (<50 anos) 
Diabéticos 
Lesões em segmentos potencialmente pontáveis, preferencialmente a artéria descendente anterior 
Vasos apresentado lesões longas (>30mm) e/ou doença difusa com elevado potencial de revascularização secundária 
Indicações possíveis, menos consensuais 
Lesões com pequenos colaterais (<1,5mm) 
Síndroma coronária aguda sem supradesnivelamento ST, estabilizado, apresentando placas intermédias e/ou instáveis 
Síndroma coronária aguda com supradesnivelamento ST, estabilizado, apresentando placas intermédias e/ou instáveis 
Indicações desaconselhadas 
Lesões do tronco comum 
Anatomia com tortuosidade moderada ou grave 
Lesões com calcificação grave 

Estas linhas orientadoras estão limitadas pela constante evolução do estado da arte e devem ser revistas rapidamente, à medida que surja evolução tecnológica ou evidência científica adicional, preferencialmente no âmbito de uma sociedade científica especializada.

Monitorização, investigação nacional e custos

As sociedades científicas devem promover e/ou suportar cientificamente linhas de investigação nacional, tais como registos multicêntricos e ensaios clínicos bem desenhados, utilizando métodos de avaliação imagiológica e/ou funcional adequados. Sob o ponto de vista económico não há informação publicada, pelo que a avaliação nacional de tecnologias de saúde e o estudo do custo incremental são especialmente pertinentes.

Conclusão

Os suportes vasculares restaurativos transitórios constituem uma terapêutica válida pela evidência científica encorajadora. Devemos privilegiar indicações potencialmente mais consensuais e adequar as técnicas de angioplastia coronária, bem como monitorizar e avaliar os resultados para evitar uma adoção inapropriada. É recomendável o desenvolvimento expedito de normas de orientação clínica pelas sociedades científicas.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Conflito de interesses

Rui Campante Teles recebeu verbas minor como consultor da Medtronic e Abbott Vascular.

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